Realizado até sábado (10), evento conta com programação presencial e online para debater o tema: ‘Suicídio: complexidade e urgências na cena contemporânea’
Cerca de 600 pessoas acompanharam presencialmente, nesta quinta-feira (8.8), a abertura do V Congresso Brasileiro de Prevenção do Suicídio, em Brasília (DF). O evento, que conta com programação online e presencial, segue até sábado (10).
Em sua fala de abertura, o presidente da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (ABEPS), Carlos Felipe Almeida D’Oliveira, deu as boas-vindas aos participantes.
“O Congresso traz profissionais de diversas áreas, religiosos, profissionais de saúde, educação, forças de segurança, e é assim que tem que ser. Precisamos do envolvimento de diferentes setores da sociedade para enfrentar esse problema. Trazer o Congresso para Brasília também representa trazer gente de todos os municípios, de todos os estados, de todo esse Brasil enorme”, afirmou.
Para a presidente do Congresso e diretora científica da ABEPS, Karen Scavacini, “vivemos tempos desafiadores onde a complexidade das interações humanas e as rápidas mudanças sociais e tecnológicas têm impactado profundamente a saúde mental das pessoas”. O suicídio, segundo ela, exige uma abordagem multifacetada, sensível e urgente.
O subsecretário de ensino e gestão de pessoas da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Marcos Leôncio, ressaltou a importância de trabalhar para reduzir o estigma em torno das doenças mentais, em especial na segurança pública. “Devemos promover uma cultura de empatia, de aceitação, na qual todos sintam que possam buscar ajuda sem medo de discriminação”, afirmou.
Complexidade e Urgência
De acordo com Leticia Cardoso, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, em 2022, foram registrados 16 mil casos de suicídio no Brasil. Segundo ela, os participantes do Congresso têm a oportunidade de se atualizar, de trocar informações e se capacitar para formar uma rede de enfrentamento a um problema grave da sociedade.
Representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Maria Cristina Hoffmann, chamou a atenção para a alta taxa de suicídio entre idosos. “É uma população invisibilizada e é uma taxa maior do que a média do Brasil e nós precisamos dar visibilidade a essa questão”, afirmou.
Em sua fala representando a Secretaria de Saúde do DF, Fernanda Benquerer, disse esperar que cada participante “volte para o seu ambiente de trabalho e multiplique conhecimento para criarmos uma cultura de prevenção”.
Povos Indígenas
Um dos conferencistas da programação de sábado (09.08), André Baniwa, representou o Ministério dos Povos Indígenas na cerimônia de abertura do Congresso. “Tenho defendido bastante, a partir do bem-viver, a questão dos conhecimentos médicos tradicionais dos povos indígenas. É fundamental que uma política, ou uma ação, leve isso em consideração para cuidar desse mal”.
Representando a Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Edinaldo Rodrigues Xukuro, afirmou que o momento é “uma excelente oportunidade de dialogar e conhecer a realidade dos fenômenos psicossociais nos territórios indígenas e pensarmos juntos políticas publicas para lidar com as questões que impactam diretamente o bem-viver dos povos”.
O V Congresso Brasileiro de Prevenção do Suicídio tem o apoio do Instituto Vita Alere, da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, da Associação Internacional para Prevenção do Suicídio, da Associação Brasileira dos Sobreviventes Enlutados por Suicídio e da Associação Brasileira Multiprofissional sobre o Luto. Mais informações em abeps.org.br.
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